21 abril 2008

Mudança e esperança

Há um tempo comento com meus próximos que vivemos um momento especial na América do Sul, e me preocupa talvez a pouca atenção que se dá ao que acontece nesse continente. A eleição de Lugo no Paraguai, seguida de um último grito de esperança dos paraguaios por mudança, insere o nosso vizinho no rol de governos de esquerda, eleitos democraticamente (nunca esqueçamos disso), que têm realizado novas perspectivas para um continente historicamente marginalizado e submisso às potências européias e estadunidense, submissão não somente econômica, mas também cultural.

O governo de Chavez não é igual ao Evo Morales, que não se iguala ao Rafael Corrêa, que difere dos Kirchner, estes não são semelhantes ao Lula, que muito menos se compara ao recém eleito Fernando Lugo. E essa é a principal característica, nenhum dos governos age como se existisse um modelo único de sulamerica, mas todos soltam a voz e ações para firmar uma identidade própria de seu país, uma soberania que esse continente jamais possuiu, e mais: lançam diálogos entre eles para que essa soberania se estabeleça numa harmonia justa. A Colômbia não pode lançar bombas em território vizinho, o petróleo venezuelano é extraído em território venezuelano, o gás boliviano está no solo boliviano, os brasileiros em seu próprio território não podem ler a cartilha do FMI para comprar leite, e sim, os paraguaios devem reivindicar um diálogo mais amplo para sua questão energética, pois precisará se desenvolver, criar recursos para um desenvolvimento de fato.

Aos que bravejam que esses governos, através de corrupção e desejo de poder, são iguais aos seus anteriores, pouco percebem as mudanças significativas que proprocionaram e que podemos fazer mais, começando por uma avaliação crítica desses governos principalmente para extrair das entranhas desse continente a corrupção e o poder pelo poder. Podemos fazer isso através de justa eleição dos representantes, colaborar na formação de novos quadros políticos, conscientizar que a sonegação de impostos gera mais corrupção, conscientizar nossos filhos que há um bem público, que eles não devem lutar somente pelo que é seu, que é preciso ser solidário, aceitar a diferença. Talvez assim, possamos verificar que a América do Sul entrou no século XXI dando um importante primeiro passo, e que os seguintes dependerão da nossa própria ação, espero que não se perceba isso tarde demais.

14 abril 2008

Para o alto e avante!

Pois é, o Clube de Regatas Flamengo foi a Cuzco e não sofreu nenhum avaria de oxigênio e ainda saiu de lá classificado para a próxima fase da Libertadores com uma vitória espetacular de 3x0 sobre o time local Cienciano.

Nem o mais otimista dos rubro-negros poderia imaginar isso, todos estávamos cientes de que tudo que se deveria conseguir ali era um empate, mas enfim saímos de alma lavada, inclusive o Toró, autor do segundo gol, e que na última partida do Mengão fora do Maracanã foi protagonista de uma inútil violência contra um gandula uruguaio, e com justiça fora expulso.

Mais uma vez o meu time do coração é só alegria e não deixo de imaginar os pobres vascaínos, sem essas gratas felicidades futebolísticas.