18 janeiro 2011

Parintins

Parintins é uma cidade do estado do Amazonas, localizada às margens do rio Amazonas, próxima à divisa com o estado do Pará.

Com quase 100 mil habitantes, Parintins é urbanizada, possui serviços diversos e conta com boas redes de restaurantes e hotéis. A cidade é muito conhecida pelo festival folclórico de Parintins, com as apresentações de Boi Bumbá, o evento acontece anualmente no último fim de semana do mês de junho, onde ocorre a disputa entre os bois Garantido (vermelho) e Caprichoso (azul). Como há muita informaçaõ na internet sobre esse festival e sobre os bois, não comentarei sobre eles aqui nesse texto, me concentrando apenas na viagem que fiz em janeiro de 2011.

Como chegar em Parintins:

A partir de Manaus, capital do Amazonas, há três opções: barco, lancha e avião.

Barco (também conhecido como motor):
-A viagem de ida dura em torno de 18 horas, a viagem de volta pode levar até 21 horas.
-Os barcos saem do porto da Manaus Moderna, atrás do mercado municipal Adolpho Lisboa.
-Em janeiro de 2011 o preço da passagem de ida era R$ 70,00.
-Melhores informações diretamente no local.

Lancha:
-A viagem dura aproximadamente 10 horas.
-As lanchas saem de um porto próprio da Manaus Moderna, atrás do mercado municipal Adolpho Lisboa.
-Em janeiro de 2011 o preço da passagem de ida era R$ 150,00.
-Melhores informações diretamente no local ou pelos fones (92) 9984-9091 e (92) 9119-4389

Avião:
-A viagem dura 1 hora.
-Os vôos saem do aeroporto Eduardo Gomes.
-Linhas áeras: Trip, TAM.
-Informações pelos sites das companhias aéreas.

Bancos:

 
Parintins só possui os seguintes bancos: Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco da Amazônia.
Não possui caixa da rede 24 horas.
Muitos lugares aceitam cartões como forma de pagamento, mas recomendo não contar com isso sempre.

A viagem de lancha
:

Fui de lancha e cabe observar algumas coisas. Elas não operam todos os dias, e cada dia é uma lancha diferente. Apesar do preço ser sempre o mesmo, a qualidade das lanchas variam muito. As diferenças estão no conforto dos assentos e nos serviços de bordo como almoço e lanche.

Outra coisa interessante é que o público local não curte muito viajar de lancha, apesar de ser uma viagem mais rápida do que de motor, ele não gostam do fato de ficar muitas horas sentados e com pouca visibilidade. Na viagem de motor, há mais liberdade de circulação, desfruta-se mais da paisagem e é sempre comum interagir com outros passageiros. Então a dica é sempre avaliar a relação da viagem com o tempo.Isso é fato: viajar pelo Amazonas requer tempo, muito tempo, pois os deslocamentos de barco são longos e demorados.

A vantagem da lancha é sair e chegar no mesmo dia, é uma opção não tão barata, mas muito mais em conta que o avião e mais rápida que o motor.

Visita à Parintins:

Saí de Manaus debaixo de muita chuva, a lancha seguiu pelo rio Amazonas e fez três paradas: Itacoatiara, Boa Vista do Ramos e Barreirinha. A beleza da viagem está em ver o rio Amazonas, imenso, muito agitado e forte.

Assim que a lancha se aproxima de Parintins, vemos a bandeira do boi Garantido que está hasteada no curral desse boi. A lancha aporta no centro da cidade atrás do mercado municipal. O porto oficial de Parintins está em obras em janeiro de 2011, quando estiver pronto deverá oferecer uma boa estrutura.

Cheguei e fui caminhando para a pousada Rio Doce, que é um lugar confortável, boas instalações, quartos grandes e espaçosos. Aceita cartão. Tem piscina. O preço que paguei nessa época do ano pela diária foi de R$ 50,00.

No dia seguinte caminhei pela cidade. Comecei tomando café da manhã no mercado municipal, há lanchonetes que servem várias opções, recomendadíssimo.

Em seguida fui até o Bumbodromo, estava fechado e o vi apenas por fora. Depois fui até o curral do Garantido, que fica no bairro do São José, um bairro simples e agradável.



Na volta vim pela orla e parei num dos lugares que mais recomendo em Parintins: o restaurante/peixaria Coroa's. Localizado às margens do rio Amazonas, tem um atendimento muito bom, preços ótimos, boas refeições, uma vista maravilhosa e aceita cartão.


A vista do restaurante Coroa's:

Lá conheci algumas pessoas, amazonense adora puxar papo e para se sentir solitário em algum lugar do Amazonas é preciso muito esforço. Foi uma tarde agradável, comi um delicioso peixe, tomei cerveja e conversei bastante. Uma das pessoas que conheci não era do Amazonas e sim paulista, uma rapaz professor da PUC-SP chamado Daniel. De lá fomos ao curral do Caprichoso onde segundo ele haveria um ensaio de boi.

Quando chegamos lá, o que havia era um grupo de jovens jogando bola, entrei num time-fora e logo entrei em quadra. Senti o peso dos meus 36 anos quando tive que marcar moleques de 18,mesmo assim aguentei firme durante 5 partidas, o nosso time era bom, quando enfim perdemos, pendurei a chuteira e fui embora.


À noite fui com o Daniel em uma casa noturna de Parintins chamada Rancho do Taperebá. Era um sábado e teve apresentação de duas bandas e um DJ. O local começou a lotar por volta de 1h da madrugadas. Lugar animado e bem democrático.

Em Parintins conheci uma moça chamada Trindade, ela é irmã de uma colega de trabalho da minha mãe. Foi ela que me deu todas as dicas e ajudas para ir à Nhamundá, viagem que foi uma verdadeira imersão na Amazônia.

No domingo acordei, tomei o café da manhã no mercado e no meio da tarde peguei a lancha para Nhamundá.










Considerações gerais:

Parintins é uma cidade bem agradável, visitei a cidade fora da época do festival folclórico, então vi muita tranquilidade, ótimo para fugir de rotinas e descansar.
A cidade está bem desenvolvida, tem serviços básicos e está equipada com universidades (federal, estadual e particulares).
A hospitalidade é ímpar, assim como em todo o Amazonas, as pessoas te recebem bem e são atenciosas. Faz-se amizades rapidamente e o tratamento é como se fossem amigos há anos.
Como qualquer destino turístico do Brasil, as informações de passeio nem sempre são fáceis e as estruturas locais não colaboram. Por isso é sempre bom conhecer alguém da cidade. Quando voltei de Nhamundá, a Trindade e um amigo dela me levaram para conhecer mais a cidade, tudo só era possível de carro ou moto.
A proximidade com locais é sempre positiva, pois nos faz compreender melhor certos aspectos da cidade, que para um viajante ou turista são quase inacessíveis.

Um comentário:

Fronteira Mao disse...

Assim como vc, eu também conheci Parintins em 2011, mas foi durante o festival.
Foi uma das viagens inesquecíveis da minha vida e olha que já visitei alguns bons lugares no Brasil e no exterior.
Parintins tem algo mágico, mas claro, as coisas tem que acontecer naturalmente pra que nos emocionemos. Assim como vc, eu também gostei do modo amigável da gente de lá, é como se já me conhecessem a longo tempo, almocei em mesa farta em casa de gente que mal conhecia, me sentindo da família, experiência incrível, tanto quanto as emoções que senti na galera do boi Garantido.
PS-Já voltei por lá nesse ano de 2012.